terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Reflorestamento e Certificações




Reflorestamento e Certificações


Reflorestar é recompor a cobertura florestal de uma determinada área. Esta prática, que busca repovoar locais onde a vegetação natural foi suprimida por ações da natureza ou do homem, pode ser de caráter conservacionista (recupera um ecossistema original), comercial (implementa uma indústria extrativista) ou social (produz alimentos, energia ou material de construção para a população de baixa renda).


Vamos falar exclusivamente sobre o reflorestamento comercial, que investe na introdução de espécies de rápido crescimento para abate e comercialização. Esta atividade é de vital importância para o Brasil, que possui excedentes de mão-de-obra no meio rural, bem como considerável domínio tecnológico das atividades ligadas à formação de florestas, processamento e utilização da madeira.

As florestas plantadas somam, hoje, 264 milhões de hectares nos cinco continentes, o equivalente a 7% do total da área verde do mundo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), desde 2000, a área reflorestada vem registrado um aumento de cerca de 5 milhões de hectares por ano, sendo que o plantio de espécies não nativas é responsável por 25% deste total. 


No Brasil, as florestas plantadas crescem em ritmo acelerado. As áreas cobertas com pínus e eucalipto, as duas espécies mais populares no País, passaram dos 1.769.000 hectares em 1990 para 1.923.000 em 2010, e dos 2.964.000 para 4.913.800 hectares no mesmo período, respectivamente. Na soma com todas as principais espécies plantadas, o volume de florestas no Brasil saltou dos 4.984.141 hectares para 7.417.580 este ano, crescimento de mais de 35%.


Cenário mundial do reflorestamento comercial


Estes dados fazem parte do Global Forest Resources Assessment, realizado pela FAO e considerado o mais abrangente estudo sobre a situação das florestas mundiais. Realizada desde 1946, a cada 5 ou 10 anos, a pesquisa aponta a situação atual e tendências em dezenas de temas, que vão da área de cobertura florestal, condições, uso, valores e processos utilizados na exploração florestal. A edição 2010, da qual fazem parte os dados utilizados neste livro, coletou informações em 233 países e territórios. 



Do total de 7,74 milhões de hectares de árvores plantadas no Brasil, 34% pertencem a empresas do segmento de celulose e papel. Considerando-se fibra curta (eucalipto) e longa (pinus) e pasta de alto rendimento, a produção nacional de celulose em 2014 foi de 16,46 milhões de toneladas, 8,8% maior do que em 2013. 


Este resultado manteve o Brasil no quarto lugar no ranking dos países produtores de celulose de todos os tipos e como primeiro produtor mundial de celulose de eucalipto. O volume exportado totalizou 10,61 milhões de toneladas, enquanto o volume consumido no mercado interno cresceu 2,2%.


Carvão Vegetal


O carvão vegetal é um dos principais insumos da indústria siderúrgica nacional. Ele é usado como redutor energético na fundição de alumínio ou como componente na liga de ferro gusa, ferro carbono e outros metais. Com isso, as empresas do setor centralizam o consumo de praticamente toda a produção nacional de carvão vegetal.


Diante disto, o mercado para o produto é altamente impactado pela redução ou crescimento da atividade industrial brasileira. Esta realidade pode ser vista no decréscimo da produção registrado nos últimos anos, dadas as perdas do setor automotivo e a baixa competitividade dos produtos siderúrgicos brasileiros no mercado internacional.


Madeira Processada


A madeira processada inclui a produção de painéis e matéria-prima serrada. Tendo como destino a fabricação de produtos finais, como móveis, pisos e aberturas, o setor registrou vendas externas de US$ 230 milhões em 2014. 


Especialistas acreditam que o valor deve subir ainda mais em 2015 por conta da desvalorização do real em relação ao dólar.


Mas o setor atende, também, a indústria moveleira nacional. O principal produto deste mercado são os painéis de madeira reconstituída, que tiveram produção de 7,98 milhões de metros cúbicos em 2014 (uma alta de 1,1% em relação a 2013). Já a produção de MDF1 aumentou 6,7%, enquanto as produções de HDF1 e MDP2, no mesmo período, diminuíram 2,5% e 5,5%, respectivamente.


Certificações para a extração de madeira


Quem quer investir na produção de madeira de alto valor agregado precisa conhecer as certificações básicas para este mercado. 


Certificação Florestal


A certificação florestal é um processo voluntário, ao qual se submetem empresas que queiram comprovar a qualidade e a sustentabilidade de seus produtos. Para ter acesso ao selo, é preciso atender três diretrizes:


Ser ecologicamente correto


Isto é, causar o mínimo de impacto no ciclo natural da floresta, permitindo sua renovação e sua permanência, bem como da biodiversidade que abriga.


Ser socialmente justo


Isto significa pagar todos os tributos e respeitar todos os direitos trabalhistas, inclusive priorizar a segurança do trabalho. 


Ser economicamente viável


Empregar técnicas de manejo florestal que aumentem a produtividade e agreguem valor ao produto sem comprometer a durabilidade dos investimentos.



O mercado de madeira reflorestada e seus insumos movimentam cerca de US$ 100 bilhões por ano e emprega mais de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo.


Fonte:

Husqvarna - Reflorestamento comercial

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